sábado, 12 de maio de 2012

ED05
TEORIA DA EDUCAÇÃO  - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Segundo Luckesi (1991) a educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos.  Deste modo, a Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
  A Filosofia da Educação cumpre um papel fundamental dentro da escola, enquanto detentora do processo educativo. Propõe um movimento de auto-reflexão, isto é, uma postura refletida da educação, onde a educação não se desvincula da realidade, mas se propõe a buscar seus fundamentos na práxis. Assim, a educação se auto-avalia e é avaliada a partir da filosofia da educação.
Esta auto-avaliação perpassa todos os espaços próprios do mundo educacional e apresenta sugestões para a otmização da educação enquanto processo de tomada de consciência e transformador do mundo. A filosofia instiga um olhar crítico, nesse caso o foco deste olhar é a educação. Quando a crítica da filosofia é avaliada pela educação, surge a possibilidade de construção de um projeto educativo com bases mais sólidas. Estas bases são dadas pelo confronto que filosofia propõe, atraindo a vida ordinária para a escola. Quando são estreitados os laços entre a vida ordinária e a escola, irrompe a possibilidade da produção de um conhecimento válido e útil.
Uma escola sem crítica e sem auto-avaliação tende a afastar-se da vida, com isso aparece a produção de um conhecimento obsoleto e sem sentido prático, ou seja, surge um conhecimento para ninguém, conhecimento que enche livros, mas que não transforma o mundo nem se abre para a conscientização. O intuito não é criticar o conhecimento produzido durante a história da educação, mas chamar a atenção para a preocupação conteudista da educação brasileira, onde não há o fortalecimento da conscientização, mas a reprodução de uma estrutura mercadológica e opressora.
A filosofia da educação, além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a função libertadora e dá à educação os meios necessários para seu fortalecimento e crescimento concreto, levando os educandos à autonomia, função evidente da educação.
TEORIA DOS DOIS MUNDOS  -  PLATÃO
A Distinção entre o Mundo das Idéias e o Mundo Sensível
Platão em seus estudos conheceu e se aprofundou nas teorias de dois dos maiores filósofos pré-socráticos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. Antagônicas entre si, Platão reconheceu certo acerto na filosofia de ambos os filósofos e procurou resolver o problema criando sua própria teoria. De Heráclito, Platão considerou correto as percepções do mundo material e sensível, das imagens e opiniões. Para ele, a matéria era algo imperfeito, em constante estado de mudança.  Concluiu, no entanto, que Parmênides também estava certo ao exigir que a Filosofia se afastasse desse mundo sensível, para ocupar-se do mundo verdadeiro, visível apenas ao puro pensamento.  Com um toque de seu mestre Sócrates, de quem Platão aproveita a noção de logos, está criada a teoria platônica e a distinção dos mundos sensíveis e inteligíveis.  Platão afirma haver dois mundos diferentes e separados: 1) o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e 2) o mundo das idéias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos".  No mito podemos associar os homens presos à população e o homem liberto a um filósofo. Os homens presos conhecem apenas o mundo sensível, já o liberto conheceu a verdadeira essência das coisas, conheceu o mundo das idéias. Marilena Chauí define o pensamento socrático, para quem "o mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou imperfeita do mundo inteligível das idéias ou essências".[3]  O mundo material, assim, somente se torna compreensível através da hipótese das idéias, mas tal afirmativa deixa em voga um problema, já que a existência do mundo das idéias não basta a si mesmo. É necessário admitir um conhecimento das idéias incorpóreas que antecedem o conhecimento fornecido pelos sentidos, que por sua vez, somente alcançam o corpóreo. 
REFERÊNCIAS
- Platão. Coleção os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 2000.
- ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
<div align="center"><embed src="http://www.cryd.com.br/relogios-feitos-em-flash/swf/02-11/748.swf" quality="high" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash" width="110" height="160"></embed></div>
A Maiêutica de Sócrates
Sócrates foi, sem sombra de dúvida, um dos Homens mais sábios que já passaram pela Face da Terra. Ainda o é, uma vez que suas idéias se perpetuam até hoje em nossa sociedade, já que ele mesmo dizia que o Sócrates  que seus discípulos conheciam ou deviam conhecer não morreria nunca, que a Idéia que ele  encarnava, não era dele, mas imortal e universal.
 A  Maiêutica  de Sócrates consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir:  “O que   é isto? O que significa?”  E isto ele faz andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas. Ao general ateniense que encontra – ele está preocupado em averiguar o que é a coragem  –  diz para si:  ”Aqui  está: este é quem sabe o que é ser corajoso, visto que é o general, o chefe.”  Aproxima-se e diz:  “Você que é um general do exército ateniense, tem que saber  o que é a coragem.”  Então o outro lhe diz:  “Mas é claro! Como não vou saber o que é coragem? Ela consiste em atacar o inimigo e nunca fugir.” Sócrates para,  pensa,  coça a cabeça e lhe diz:   “Sua resposta não é totalmente satisfatória.”  E faz ver ao general que muitas vezes é  preferível retroceder para atrair o inimigo a uma posição mais favorável para destruí-lo. O general concorda e dá outra definição ou complementa a anterior. E Sócrates  exerce, outra vez, sua crítica interrogativa e nunca está satisfeito com as respostas que vão sendo dadas.  Dessa forma, faz com que a definição inicial vá passando pelo crivo das indagações e aperfeiçoando-se por extensões e reduções até ficar o mais exata possível,  mas nunca a  ser  definitiva. Para a  Maiêutica, o conhecimento está latente no homem, só e necessário criar condições para que ele passe da potência ao ato, aflore, numa espécie de recordação, reminiscência. Educar no sentido verdadeiro e superior. Educação vem do latim educere, literalmente trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial para o estado de realidade manifestada.  Nos diálogos platônicos, que reproduzem  cenas da atuação de Sócrates,  nenhum deles chega a uma solução definitiva: todos se interrompem dando a entender que é preciso continuar perguntando, perguntando e continuar  encontrando dificuldades,  novos desafios e mistérios na última definição dada e que o assunto nunca se esgota. Esse método é típico de tudo que Platão  nos deixou  escrito nos diálogos socráticos. Para Platão, quando não sabemos nada, ou aquilo que sabemos, o sabemos sem tê-lo procurado como a opinião, é um saber que não vale nada, mas quando queremos saber, aproximar-nos do conhecimento elevado, reflexivo, temos mais chances de compreender.  Opinião,  crença, doxa em grego, é o que pensamos que sabemos, mas não fundado no conhecimento racional, portanto, não é nada. A Dialética platônica  consiste exatamente na discussão de todos os aspectos,  todos os prós e contras de um determinado tema até que possamos depurá-lo e chegar perto de seu verdadeiro significado, autêntico, real e que ele chama de epistéme, ciência.”

karinasurya.wordpress.com/2009/01/05/a-maieutica-de-socrates  - acesso 12/05/2012   às 20:52

O estilo “pedagogizador” limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. O papel da escola na sociedade é disciplinar segundo Foucault. Já Habermas propõe um modelo calcado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, criativas, autônomas. O modelo é chamado de “modelo educacional”. Educar é produzir sujeitos capazes de linguagem e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade. No Brasil, os desafios são imensos, porém contornáveis mediante de políticas educacionais adequadas, cujo maior obstáculo é a escola “pedagogizadora”. Há certas transformações sociais que só ocorrerão por meio da educação construtora de sujeitos capazes e não apenas capacitados, autônomos e não apenas treinados, qualificados para a ação e não apenas para o exercício.
            A Teoria da Ação Comunicativa concebe o espaço da escola como um espaço de exercitar a intersubjetividade entre aluno/professor/escola/família e comunidade, com o objetivo de discutir os rumos da sociedade, ou seja, a partir do momento que as pessoas se perceberem como sujeitos e atores sociais, poderão pensar em uma nova sociedade, mais justa e igualitária.
<www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=653&dd99=pdf>  acessado em 12/05/2012   às 20:39

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ED04
FILOSOFIA MODERNA

A expressão "filosofia moderna ou filosofia do século XVII" é uma abstração, como já sugerimos ao mencionar a questão da cronologia. Mas é também uma abstração se considerarmos as várias filosofias que polemizaram entre si nesse período, os filósofos concebendo a metafísica, a ciência da Natureza, as técnicas, a moral e a política de maneiras muito diferenciadas. No entanto, para quem olha de longe, é impossível não reconhecer a existência de um campo de pensamento e de um campo discursivo comuns a todos os pensadores modernos e no interior dos quais suas semelhanças e diferenças se configuram. Convém não esquecermos que a distinção entre filosofia e ciência é muito recente (consolidou-se apenas nos meados do século XIX), de modo que os pensadores do século XVII são considerados sábios (e não intelectuais, noção que também é muito recente) e não separam seus trabalhos científicos, técnicos, metafísicos, políticos. Para eles, tudo isso constitui a filosofia e cada sábio costuma ser um pesquisador ou um conhecedor de todas as áreas de conhecimento, mesmo que se dedique preferencialmente mais a umas do que a outras. Essa relação entre as atividades levou o filósofo Merleau-Ponty a designar a filosofia moderna como a época do Grande Racionalismo para o qual as relações entre ciência da Natureza, metafísica, ética, política, espírito e matéria, alma e corpo, consciência e mundo exterior estavam articuladas porque fundadas num mesmo princípio que vinculava internamente todas as dimensões da realidade: a Substância Infinita, isto é, o conceito do Ser Infinito ou Deus. Das características gerais do campo de pensamento e de discursos da Filosofia Moderna, destacaremos os seguintes: o significado da nova ciência da Natureza, os conceitos de causalidade e de substância, a idéia de método ou de mathesis universalis, e a idéia de razão, explícita ou implicitamente elaborada por tais pensadores.
Pesquisa:  www.cfh.ufsc.br/~wfil/moderna.htmEm cache - Similares 
ED03
 RENÉ DESCARTES - Racionalismo
O método é racionalista porque a evidência de que Descartes parte não é, de modo algum, a evidência sensível e empírica. Os sentidos nos enganam, suas indicações são confusas e obscuras, só as idéias da razão são claras e distintas. O ato da razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição. A dedução limita-se a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidência intuitiva das "naturezas simples". A dedução nada mais é do que uma intuição continuada. Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável.
Empirismo
O iniciador do empirismo é Francis Bacon. Enalteceu ele a experiência e o método dedutivo de tal modo, que o transcendente e a razão acabam por desaparecer na sombra. Falta-lhe, no entanto, a consciência crítica do empirismo, que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos até Hume. Ademais, Bacon continua afirmando - mais ou menos logicamente - o mundo transcendente e cristão; antes, continua a considerar a filosofia como esclarecedora da essência da realidade, das formas, sustentáculo e causa dos fenômenos sensíveis.
Locke interessou-se especialmente pelos problemas pedagógicos, escrevendo os Pensamentos sobre a Educação. Aí afirma a nossa passividade, pois nascemos todos ignorantes e recebemos tudo da experiência; mas, ao mesmo tempo, afirma a nossa parte ativa, enquanto o intelecto constrói a experiência, elaborando as idéias simples. Afirma-se que todos nascemos iguais, dotados de razão; mas, ao mesmo tempo, todos temos temperamentos diferentes, que devem ser desenvolvidos de conformidade com o temperamento de cada um. Esta educação individual não exclui, mas implica a educação, a formação social, para ampliar, enriquecer a própria personalidade.

Na realidade, o método de Hume pode ser apresentado de maneira mais moderna. Sua filosofia coloca, sob o nome de "impressões", aquilo que Bergson mais tarde denominará os dados imediatos da consciência e que os fenomenologistas denominarão a intuição originária ou o vivido. Ao falar de fenomenologia contemporânea, Gaton Berger escrevia: "É preciso ir dos conceitos vazios, pelos quais uma idéia é apenas visada, à intuição direta e concreta da idéia, exatamente como Hume nos ensina a retornar das idéias para as impressões".
www.mundodosfilosofos.com.br/hume.htm
  Criticismo
O sistema filosófico de Immanuel Kant (séc. XVIII) é conhecido pelo nome geral de criticismo e encontra-se exposto, sobretudo, na Crítica da razão pura. Kant diz desenvolver uma "filosofia transcendental" na qual expõe a crítica a que há que submeter a razão humana a fim de indagar as condições que tornam possível o conhecimento a priori. Com a sua filosofia Kant conciliava as disputas entre empiristas e racionalistas. Para isso considera que existem duas faculdades que operam na aquisição de conhecimentos: a sensibilidade  e o entendimento.
ocanto.esenviseu.net/apoio/kant.htm -